Rasgam-se a roupa que fingiu ser sua coberta. Aberta agora num caminho que não lhe cabe, Segue a antiga criança que brinca seus jogos já entregues ao marasmo. Tira-se o afago que a consumia, E segue inquieta na vida desconhecida. Se dissipando dos rostos vazios em fronte, Reza pela a sorte que a vinde. Nada se segue no movimento inerte. E de sombras e partes vai se juntando em um monte, clamando a caridade dos fortes.
Conheci uma menina que tenta agir como mulher. E mesmo que a vida a trate como moça crescida ela logo trata de agir como guria. Sei que nada ela quer, mas ela sabe que quer. E briga, e bate, e morde e vai me arrastando em um buraco da areia sem fundo. Brincadeira de criança não é algo inocente. Se me roda, se me beija e se me arrepia, acaba largando o brinquedo de mão porque ele já mais não lhe perecia. O menina, o menina.. queira saber quem tu és para enfim me puxar para o seu gira-gira. Ou torna-se mulher para que enfim possamos usar nossas fantasias.
Minha esperança prevalece ao pé do ouvido e nas memórias frutíferas que desciam em palavras fulminantes. Beije-me como nunca que em retribuição dou-lhe a felicidade eterna. Recebe minha prata em uma bandeja de coração, pois perto de você meu nexo vira desconexo. Toque minha vida através da alma, pois só você me faz sentir o inexplicável atrito de céu e inferno sem que queira qualquer purificação. Sou a aldeã presa no clero. O rato fugido do gato. O tolo em terra de doce. Sou a criança que nunca degustou o sabor da verdade. O sorriso da dúvida, da pegadinha do "o que é, o que é". A amargurada e desajeitada que implora atenção. No meio de tantas luzes, o fosco é o que me ilumina. Não digo que sinto saudades, mas sinto o cheio que ocupou dentro do vociferante ser que se formou em mim.
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