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Lúdico

Perdi a mão. O jeito da coisa. E em uma folha em branco tento pegar a inspiração. E só vem o antigo, aquele velho anseio do imediato. E bem aqui estou.. esperando nada, e sem nenhuma inspiração.

R.I.P

Hoje é aquele dia. O dia em que houve o começo de um pedaço de mim. Meu pior hábito surgia, junto a minha maior alegria. E hoje também é uma lembrança de fim. E hoje, por todos os anos, pelo resto de minha existência, o hoje sempre estará dentro de mim.

Infância gasta

Conheci uma menina que tenta agir como mulher. E mesmo que a vida a trate como moça crescida ela logo trata de agir como guria. Sei que nada ela quer, mas ela sabe que quer. E briga, e bate, e morde e vai me arrastando em um buraco da areia sem fundo. Brincadeira de criança não é algo inocente. Se me roda, se me beija e se me arrepia, acaba largando o brinquedo de mão porque ele já mais não lhe perecia. O menina, o menina.. queira saber quem tu és para enfim me puxar para o seu gira-gira. Ou torna-se mulher para que enfim possamos usar nossas fantasias.

Nude

Rasgam-se a roupa que fingiu ser sua coberta. Aberta agora num caminho que não lhe cabe, Segue a antiga criança que brinca seus jogos já entregues ao marasmo. Tira-se o afago que a consumia, E segue inquieta na vida desconhecida. Se dissipando dos rostos vazios em fronte, Reza pela a sorte que a vinde. Nada se segue no movimento inerte. E de sombras e partes vai se juntando em um monte, clamando a caridade dos fortes.

Lembro-me bem

Minha esperança prevalece ao pé do ouvido e nas memórias frutíferas que desciam em palavras fulminantes. Beije-me como nunca que em retribuição dou-lhe a felicidade eterna. Recebe minha prata em uma bandeja de coração, pois perto de você meu nexo vira desconexo. Toque minha vida através da alma, pois só você me faz sentir o inexplicável atrito de céu e inferno sem que queira qualquer purificação. Sou a aldeã presa no clero. O rato fugido do gato. O tolo em terra de doce. Sou a criança que nunca degustou o sabor da verdade. O sorriso da dúvida, da pegadinha do "o que é, o que é". A amargurada e desajeitada que implora atenção. No meio de tantas luzes, o fosco é o que me ilumina. Não digo que sinto saudades, mas sinto o cheio que ocupou dentro do vociferante ser que se formou em mim.

Pequena-grande rotina

O sonho traz a esperança eterna, da união sincera do beijo ardente, totalmente inconsequente da mão aconchegante, que chega em poucos instantes do riso, do olhar, do rosto, do nervoso... Corpos entrelaçados, gemidos de prazer, a escuridão nos consome e o dia nos faz nascer. Com um beijo te desperto, em seus peitos me encosto, na quentura do momento, nossas pernas se enroscam. Com a água corrida vai-se o velho amor e como a fênix renasce outro, limpo, com um novo, e total ardor.