Lembro-me bem
Minha esperança prevalece ao pé do ouvido e nas memórias frutíferas que desciam em palavras fulminantes. Beije-me como nunca que em retribuição dou-lhe a felicidade eterna. Recebe minha prata em uma bandeja de coração, pois perto de você meu nexo vira desconexo. Toque minha vida através da alma, pois só você me faz sentir o inexplicável atrito de céu e inferno sem que queira qualquer purificação. Sou a aldeã presa no clero. O rato fugido do gato. O tolo em terra de doce. Sou a criança que nunca degustou o sabor da verdade. O sorriso da dúvida, da pegadinha do "o que é, o que é". A amargurada e desajeitada que implora atenção. No meio de tantas luzes, o fosco é o que me ilumina. Não digo que sinto saudades, mas sinto o cheio que ocupou dentro do vociferante ser que se formou em mim.